3.5.20

O pomar


O pomar
Certa vez um menino que nasceu a beira de um pomar maravilhoso. Nesse pomar cresciam milhares de arvores milagrosas, que davam frutas fantásticas, que alimentariam muito bem e deixaria forte e nutrido aquele que as comesse. Entretanto eram apenas um pouco altas e era necessário algum esforço para apanha-las. Eram doces, no entanto na medida certa e era necessário acostumar-se com seu sabor. Nele crescia também uma grama singular, ela era colorida e atraente, era doce, muito doce, enchia todo o pomar, era agradável aos olhos e ao paladar, no entanto era pobre, muito pobre em nutrientes e aqueles que a comiam continuavam fracos e famintos.
No início de sua vida esse menino comia algumas frutas que seus pais haviam apanhado com seu próprio esforço. Mas tão logo seus pais saiam de vista ele corria ao pomar e enchia a boca comendo tanto quanto lhe fosse possível da grama doce e colorida.
O menino cresceu e não tinha necessidade de ser alimentado, pois podia livremente estender a mão e tomar a fruta que mais desejasse. Ele entrava no pomar deitava na grama fresca e macia. Olhava as arvores acima de sua cabeça e pensava: Elas sempre estarão aí posso no momento que quiser estender minha mão e apanhar a que me parecer melhor. Mas hoje só hoje continuarei deitado e descansando e comerei da grama. No dia seguinte no entanto ele repetia seu pensamento e era cada vez mais e mais difícil levante-se pois seu corpo mal nutrido ficava cada vez mais fraco e com isso era cada vez mais difícil levantar-se e comer as frutas.
Ele ficou cada vez mais confortável e cada vez mais fraco. Podia vez ou outra eventualmente pegar parte de alguma fruta que aqueles que não deitaram na grama compartilhavam ao alcance de suas mãos mas apenas aquilo não era capaz de sustentar lhe. Algumas vezes após comer algum pedaço de fruta e sentir-se um pouco mais forte pensava: Agora me levantarei! Bem, agora colherei minhas próprias frutas e me fortalecerei. Mas ao tentar levantar sentia a dor de seu corpo atrofiado, era difícil, então lembrava do conforto da grama e lhe era tão  sedutor que simplesmente abria seus braços e caia de costas e sentia a grama macia abraçar-lhe e anestesias todo seu corpo dolorido.  
O tempo passou e ele estava tão fraco que se não tomasse a decisão de levantar-se morreria ali mesmo. Sua respiração ofegava sabia que precisava fazer algo...  Mas as grama sombreava seus pensamentos e uma canção de amanhã soava doce e ensurdecia sua mente.
Então passou ali alguém e ofereceu-lhe o que poderia ser seu último pedaço de vida. Curiosamente, entanto fez -lhe em uma bandeja espelhada. Ele viu seu reflexo pálido. Era assustador ver a si mesmo e dar-se conta de como tinha sido tolo até agora. Mas o que faria? A grama continua doce e confortável e levantar-se é doloroso. O que farei então? O que farei!?

Bem, o pomar bem poderia ter acima de seu portão um nome e uma inscrição: Aqui é Internet astutamente cultivada. onde perecem as tolas mentes e florescem as mentes sábias.
Também creio que seria apropriado uma placa: Não pise na grama!
Talvez eu seja um menino na grama talvez você esteja ao meu lado. Talvez de um lado caiu uma bandeja espelhada e estou olhando pensativamente meu reflexo.  Talvez esteja duvidando da minha própria capacidade de levantar-me.  Poderia eu ainda florescer?