O pomar
Certa vez um menino que nasceu a beira de um pomar maravilhoso.
Nesse pomar cresciam milhares de arvores milagrosas, que davam frutas
fantásticas, que alimentariam muito bem e deixaria forte e nutrido aquele que
as comesse. Entretanto eram apenas um pouco altas e era necessário algum
esforço para apanha-las. Eram doces, no entanto na medida certa e era
necessário acostumar-se com seu sabor. Nele crescia também uma grama singular,
ela era colorida e atraente, era doce, muito doce, enchia todo o pomar, era agradável
aos olhos e ao paladar, no entanto era pobre, muito pobre em nutrientes e
aqueles que a comiam continuavam fracos e famintos.
No início de sua vida esse menino comia algumas frutas que
seus pais haviam apanhado com seu próprio esforço. Mas tão logo seus pais saiam
de vista ele corria ao pomar e enchia a boca comendo tanto quanto lhe fosse
possível da grama doce e colorida.
O menino cresceu e não tinha necessidade de ser alimentado,
pois podia livremente estender a mão e tomar a fruta que mais desejasse. Ele
entrava no pomar deitava na grama fresca e macia. Olhava as arvores acima de
sua cabeça e pensava: Elas sempre estarão aí posso no momento que quiser
estender minha mão e apanhar a que me parecer melhor. Mas hoje só hoje
continuarei deitado e descansando e comerei da grama. No dia seguinte no
entanto ele repetia seu pensamento e era cada vez mais e mais difícil
levante-se pois seu corpo mal nutrido ficava cada vez mais fraco e com isso era
cada vez mais difícil levantar-se e comer as frutas.
Ele ficou cada vez mais confortável e cada vez mais fraco.
Podia vez ou outra eventualmente pegar parte de alguma fruta que aqueles que
não deitaram na grama compartilhavam ao alcance de suas mãos mas apenas aquilo
não era capaz de sustentar lhe. Algumas vezes após comer algum pedaço de fruta
e sentir-se um pouco mais forte pensava: Agora me levantarei! Bem, agora
colherei minhas próprias frutas e me fortalecerei. Mas ao tentar levantar
sentia a dor de seu corpo atrofiado, era difícil, então lembrava do conforto da
grama e lhe era tão sedutor que
simplesmente abria seus braços e caia de costas e sentia a grama macia
abraçar-lhe e anestesias todo seu corpo dolorido.
O tempo passou e ele estava tão fraco que se não tomasse a
decisão de levantar-se morreria ali mesmo. Sua respiração ofegava sabia que
precisava fazer algo... Mas as grama
sombreava seus pensamentos e uma canção de amanhã soava doce e ensurdecia sua
mente.
Então passou ali alguém e ofereceu-lhe o que poderia ser seu
último pedaço de vida. Curiosamente, entanto fez -lhe em uma bandeja espelhada.
Ele viu seu reflexo pálido. Era assustador ver a si mesmo e dar-se conta de
como tinha sido tolo até agora. Mas o que faria? A grama continua doce e
confortável e levantar-se é doloroso. O que farei então? O que farei!?
Bem, o pomar bem poderia ter
acima de seu portão um nome e uma inscrição: Aqui é Internet astutamente
cultivada. onde perecem as tolas mentes e florescem as mentes sábias.
Também creio que seria
apropriado uma placa: Não pise na grama!
Talvez eu seja um menino na
grama talvez você esteja ao meu lado. Talvez de um lado caiu uma bandeja
espelhada e estou olhando pensativamente meu reflexo. Talvez esteja duvidando da minha própria
capacidade de levantar-me. Poderia eu
ainda florescer?
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